ARACRUZ RECEBE ENCONTRO ESTADUAL DA UNCME ESPÍRITO SANTO

POVOS ORIGINÁRIOS E TRADICIONAIS EXPÕEM SUA VISÃO SOBRE O CONTROLE SOCIAL AUTÔNOMO

Batendo na tecla do controle social de forma autônoma pelos Conselhos da área de Educação, o XVII Encontro Estadual da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação – UNCME-ES, realizado nos dias 19 e 20 de outubro, no município de Aracruz, situado ao litoral Norte, do Espírito Santo, destacou a temática “A Articulação dos Conselhos da Educação Instrumentalizando e Garantindo o Estado Democrático de Direito”, elegendo como focos de debate os tópicos sobre regime de colaboração, perspectivas da Educação Especial, suporte do Ministério Público aos órgãos de controle social, retorno das aulas presenciais, postura dos CACS FUNDEBs, articulação do SNE, além da participação dos povos originários, quilombolas e povos tradicionais nos Conselhos.

Despontando com um elenco de palestrantes-convidados da mais alta qualidade e respeito no meio intelecto-conselheirial, o Encontro da UNCME-ES dignificou os participantes com nomes de destaque no cenário nacional e capixaba, conforme listado no quadro abaixo. Para o Presidente da entidade, o professor, jornalista e historiador, Júlio César Alves dos Santos, ao se pensar na organização do evento, foi lembrado o mote previsto para o Encontro Nacional, versando sobre os princípios democráticos, bem como as pautas inscritas no cotidiano das escolas e Conselhos da Educação, abrangendo os CMEs, CACS FUNDEBs e CAEs.

Além dos temas debatidos ao longo dos 16 Encontros anteriormente realizados, o deste ano, enfatizou a participação dos povos originários, quilombolas e os tradicionais, cujos representantes refletiram sobre a qualidade da contribuição que o conjunto da sociedade registra com as interferências desses representantes. O Tupinikim da Aldeia de Caieiras Velhas, de Aracruz, primeiro indígena eleito a vereador no território capixaba, Vilson Já-guareté, analisa que “o cenário político atual exige que, mais do que nunca, nos unamos para vencer o estado de uma sensação autoritária, que vem parando na atmosfera do país. Por isso, os povos originários, quilombolas, ribeirinhos, de assentamentos, todos os tradicionais precisam crescentemente compor esses espaços de exercício democrático”.

Já, o representante do MST, Jorci Martins, do Assentamento denominado “Sezínio Fernandes de Jesus”, segue a linha de raciocínio do vereador indígena Jaguareté, reiterando a capacidade de articulação desse gentílico, por se constituir o mais indicado para se juntar na luta por conquistar espaços institucionais, principalmente, na exigência de se abrir nas Secretarias Municipais de Educação setores e departamentos afins, trabalhando as questões que se referem aos setores da sociedade como a diversidade, aos povos originários, aos negros, aos quilombolas, aos de assentamentos.

Enfim, aos tradicionais em geral, permeando um trabalho de ajustes curriculares contemplando conteúdos fiéis a realidade das vivências sociopolíticas nas zonas rurais, que no desenvolvimento da Educação do Campo, os programas apresentados refletem mais as impressões e estudos de quem os traça nos gabinetes, do que os que fazem a educação acontecer diariamente no solo e espaço da acidentada geografia constatada no Campo. Marcos dialéticos como esses marcaram as exposições e os debates conduzidos pelos palestrantes-convidados, que arrancaram admiração, respeito e vontade de mais promoção como essa de momentos com muita reflexão e descobertas de conhecimento.

Palestrantes-Convidados do XVII Encontro Estadual da UNCME-ES

01. Ana Lúcia Rodrigues-PR
02. Acácia Gleici do Amaral Teixeira-ES
03. Geraldo Grossi Junior-MT
04. Jenilza Spinassé Morellato-ES
05. José Christovam Mendonça-ES
06. Jorci Martins-ES
07. Júlio César Alves dos Santos-ES
08. Marcelo Colonato-SP
09. Maria Cristina Rocha Pimentel-ES
10. Maria Teresa Eglér Mantoan-SP
11. Marly do Socorro P. Vidinha-AL
12. Miton Herrera-SP
13. Vilson Jagareté-ES
14. Wanessa Zavarese Secchi-ES